terça-feira, 17 de agosto de 2010

Das alegrias do inesperado.


Há dias que são como sonhos. Aqueles que estão fadados ao fracasso, e surpreendentemente enchem-se de magia, e tornam-se perfeitos. Hoje foi um desses dias. Eu estava cansada de ver a felicidade alheia, e saber que eu não compartilharia dela nunca. Era horrível, doloroso, saber que depois de anos, aquela pessoa que eu admirei tanto, estava aqui, perto de mim, e eu não a veria. Faltava menos de meia hora para que a tortura de saber que centenas de pessoas ouviam sua voz cantar, enquanto eu estava sentada em meu quarto, ouvindo as músicas que aqueles podiam ouvir, vendo-a. E então, um “pequeno anjo” mudou tudo, e fez daquele um dos dias mais felizes da minha vida. Um pequeno anjo, uma pequena amiga, maravilhosa, que me ligava mandando-me ir para lá, que eu a veria sim. Duas grandes amigas, para as quais, nunca encontrarei palavras suficientes para agradecer. Eu tinha 26 minutos para trocar de roupa, ficar com uma aparência apresentável e chegar ao local do show. Em 32 eu cheguei. Perdi o começo do show de abertura, mas eu estava lá. E a felicidade que eu senti, quando vi que estava apenas na sexta fila, foi ainda mais indescritível. O show de abertura se estendia, e eu, nervosa, mordia os lábios. Tinha medo de fazer um movimento mais brusco, e acordar em casa outra vez. Mas então, finalmente, ouvi seu nome sendo chamado. Tive os dois minutos e dezesseis segundos mais longos da minha vida, e então, ela estava lá. Exatamente na minha frente, cantando músicas que eu ouvi incontáveis vezes, pensando que jamais ouviria em sua voz, ao vivo, somente em sua voz. Uma música. E mais um presente. Quem canta comigo? Todos deixam os seus lugares e correm para perto do palco. Não, eu não cantei, e nem me arriscaria. Mas eu deixei meu lugar na sexta fila, para ficar a duas pessoas de distância. Então o show continuou, e eu a via tão de perto, como nunca ousara imaginar. Aquela hora pareceu voar, e estava acabado. Eu não poderia reclamar de nada, estava ali, não estava em casa morrendo por dentro por não vê-la. Contentei-me com um bônus inesperado, e estava pronta para voltar para casa toda sorridente, quando mais um presente me apareceu. Não pode ser! Podia sim. Era a van dela, passando exatamente quando entrávamos no carro. Uma perseguição emocionante de mais ou menos meia hora. Será que é? E se não for? Pra onde será que estamos indo? Os carros que a seguiam conosco aos poucos foram desaparecendo, até que ficamos apenas nós, e a van. E se não fosse? Então, para nosso alívio, ela entrou exatamente no lugar esperado. Era. Seguimos o carro certo. Descemos correndo, enquanto seu carro encostava, para que ela descesse. A porta abriu, desce o segurança, então uma mão aparece, e aos poucos, todo seu pequeno corpo de boneca. Era ela, ali, a centímetros de mim, ao alcance das minhas mãos. Eu poderia tocá-la, mas e o medo de que meu sonho terminasse se eu me mexesse? Vida de fã é difícil. E eu não reclamaria da minha oportunidade única. A vi entrar no hotel, e mandar dezenas de beijos seguidos de agradecimentos para todos os loucos que a haviam ido esperar no hotel. Ela então entrou no elevador e subiu, ainda sorrindo. Aquela cena jamais se apagaria da minha memória. Eu não podia acreditar, ela era a mesma boneca que parecia em fotos. Tão linda, tão pequena, tão única, tão sorridente, com uma voz tão perfeita. E eu a havia visto tão tão tão de perto. Eu sabia que várias pessoas ali, dentro de alguns dias, receberiam suas fotos com ela. Que essas pessoas haviam abraçado-a. Sabia que minhas amigas estavam incluídas nessas pessoas. Mas eu não me importava, eu ficava realmente feliz por todas essas pessoas. Meu deus! De que eu reclamaria? Eu não estava em casa, onde era pra estar. Eu estava ali, no mesmo lugar que ela. Dia 15 de agosto de 2010 é um dia que eu jamais esquecerei. A imagem de Maite Perroni descendo da van, a centímetros de mim, sorrindo, mandando beijos, e falando “gracias”, ainda me fará sorrir por muito tempo. Vida de fã é difícil. A gente sempre sonha em um dia estar perto do ídolo, e sempre acha que não vai conseguir. Mas quando acontece, ah, é maravilhoso. Quando acontece, faz com que tudo valha à pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails