quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Strip-Tease

Eu mesma
Não passo de uma pessoa apenas
E apenas quero ser uma pessoa sensata
Mesmo com as trapaças das outras pessoas
Ora,
Eu mesma
Me passo pra trás
Poesia Reunida - Martha Medeiros

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Das alegrias do inesperado.


Há dias que são como sonhos. Aqueles que estão fadados ao fracasso, e surpreendentemente enchem-se de magia, e tornam-se perfeitos. Hoje foi um desses dias. Eu estava cansada de ver a felicidade alheia, e saber que eu não compartilharia dela nunca. Era horrível, doloroso, saber que depois de anos, aquela pessoa que eu admirei tanto, estava aqui, perto de mim, e eu não a veria. Faltava menos de meia hora para que a tortura de saber que centenas de pessoas ouviam sua voz cantar, enquanto eu estava sentada em meu quarto, ouvindo as músicas que aqueles podiam ouvir, vendo-a. E então, um “pequeno anjo” mudou tudo, e fez daquele um dos dias mais felizes da minha vida. Um pequeno anjo, uma pequena amiga, maravilhosa, que me ligava mandando-me ir para lá, que eu a veria sim. Duas grandes amigas, para as quais, nunca encontrarei palavras suficientes para agradecer. Eu tinha 26 minutos para trocar de roupa, ficar com uma aparência apresentável e chegar ao local do show. Em 32 eu cheguei. Perdi o começo do show de abertura, mas eu estava lá. E a felicidade que eu senti, quando vi que estava apenas na sexta fila, foi ainda mais indescritível. O show de abertura se estendia, e eu, nervosa, mordia os lábios. Tinha medo de fazer um movimento mais brusco, e acordar em casa outra vez. Mas então, finalmente, ouvi seu nome sendo chamado. Tive os dois minutos e dezesseis segundos mais longos da minha vida, e então, ela estava lá. Exatamente na minha frente, cantando músicas que eu ouvi incontáveis vezes, pensando que jamais ouviria em sua voz, ao vivo, somente em sua voz. Uma música. E mais um presente. Quem canta comigo? Todos deixam os seus lugares e correm para perto do palco. Não, eu não cantei, e nem me arriscaria. Mas eu deixei meu lugar na sexta fila, para ficar a duas pessoas de distância. Então o show continuou, e eu a via tão de perto, como nunca ousara imaginar. Aquela hora pareceu voar, e estava acabado. Eu não poderia reclamar de nada, estava ali, não estava em casa morrendo por dentro por não vê-la. Contentei-me com um bônus inesperado, e estava pronta para voltar para casa toda sorridente, quando mais um presente me apareceu. Não pode ser! Podia sim. Era a van dela, passando exatamente quando entrávamos no carro. Uma perseguição emocionante de mais ou menos meia hora. Será que é? E se não for? Pra onde será que estamos indo? Os carros que a seguiam conosco aos poucos foram desaparecendo, até que ficamos apenas nós, e a van. E se não fosse? Então, para nosso alívio, ela entrou exatamente no lugar esperado. Era. Seguimos o carro certo. Descemos correndo, enquanto seu carro encostava, para que ela descesse. A porta abriu, desce o segurança, então uma mão aparece, e aos poucos, todo seu pequeno corpo de boneca. Era ela, ali, a centímetros de mim, ao alcance das minhas mãos. Eu poderia tocá-la, mas e o medo de que meu sonho terminasse se eu me mexesse? Vida de fã é difícil. E eu não reclamaria da minha oportunidade única. A vi entrar no hotel, e mandar dezenas de beijos seguidos de agradecimentos para todos os loucos que a haviam ido esperar no hotel. Ela então entrou no elevador e subiu, ainda sorrindo. Aquela cena jamais se apagaria da minha memória. Eu não podia acreditar, ela era a mesma boneca que parecia em fotos. Tão linda, tão pequena, tão única, tão sorridente, com uma voz tão perfeita. E eu a havia visto tão tão tão de perto. Eu sabia que várias pessoas ali, dentro de alguns dias, receberiam suas fotos com ela. Que essas pessoas haviam abraçado-a. Sabia que minhas amigas estavam incluídas nessas pessoas. Mas eu não me importava, eu ficava realmente feliz por todas essas pessoas. Meu deus! De que eu reclamaria? Eu não estava em casa, onde era pra estar. Eu estava ali, no mesmo lugar que ela. Dia 15 de agosto de 2010 é um dia que eu jamais esquecerei. A imagem de Maite Perroni descendo da van, a centímetros de mim, sorrindo, mandando beijos, e falando “gracias”, ainda me fará sorrir por muito tempo. Vida de fã é difícil. A gente sempre sonha em um dia estar perto do ídolo, e sempre acha que não vai conseguir. Mas quando acontece, ah, é maravilhoso. Quando acontece, faz com que tudo valha à pena.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O tempo.

O que é o tempo? Tentemos fornecer uma explicação fácil e breve. O que há de mais familiar e mais conhecido do que o tempo? Mas, o que é o tempo? Quando quero explicá-lo, não encontro explicação. Se eu disser que o tempo é a passagem do passado para o presente e do presente para o futuro, terei que perguntar: Como pode o tempo passar? Como sei que ele passa? O que é um tempo passado? Onde ele está? O que é um tempo futuro? Onde ele está? Se o passado é o que eu, do presente, recordo, e o futuro é o que eu, do presente, espero, então não seria mais correto dizer que o tempo é apenas o presente? Mas, quanto dura um presente? Quando acabo de colocar o ‘r’ no verbo ‘colocar’, este ‘r’ é ainda presente ou já é passado? A palavra que estou pensando em escrever a seguir, é presente ou é futuro? O que é o tempo, afinal? E a eternidade?

Confissões - Santo Agostinho

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Por mais breve, mais leve, por mínimo que seja.

A gente se surpreende quando menos espera, e então enxerga como a vida é maravilhosa. Foi assim com você, foi assim com nós dois. Temos que correr riscos, temos que tentar. Não posso nem pensar como teria sido, se não tivéssemos arriscado. Sim, prefiro me magoar a não sentir nada. Não tenho porque lamentar o passado, e nem poderia. Eu tenho a ti, e isso faz com que tudo tenha um sentido. Eu sei, mesmo longe, que você está perto de mim. E sei que em algum momento, você realmente estará aqui. Então irá realizar todos os meus sonhos, e me fazer feliz.

domingo, 8 de agosto de 2010

As mãos de meu pai.

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

Mário Quintana

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não sei se te empurro, ou me jogo do precipício.

A vista do alto de abismos é fascinante. Dá aquela sensação de poder deliciosa. Acima, apenas o céu. Abaixo, centenas de metros abaixo, o mar. Ando até a beirada mais uma vez. Céu. Mar. Não pode ter vista mais bela, para ser a última. Um passo me separa desse mundo. Respiro fundo. Primeiro um pé, depois o outro. Domino o céu por alguns segundos, sentindo o vento em meu rosto. E então o mar. O fim.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Strip-Tease.

Envelhecer, quem sabe
Não seja assim tão desastroso
Me interessa perder esta ansiedade
Me atrai ser atraente mais tarde
Um pouco mais de idade, que importa
Envelhecer, quem sabe
Não seja assim tão só

Poesia Reunida - Martha Medeiros

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O caminho entre sua realidade e seus sonhos.

Você foi a última parada do meu destino, e seremos você e eu, em um lugar para dois, um lugar que se chama amor, e se encontra justo aqui, comigo. A viagem pode demorar o quanto quiser, o verdadeiro amor pode esperar. Um dia, em algum momento, nós chegaremos ao nosso destino. Ao nosso lugar.
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