sábado, 19 de junho de 2010

A mulher do viajante no tempo.

Alguns dias depois, estou sentada ao lado da cama da vovó, lendo Mrs. Dalloway para ela. É noite. Levando os olhos; parece que vovó está dormindo. Paro de ler e fecho o livro. Ela abre os olhos.
- Oi – digo.
- Você sente falta dele alguma vez? – ela me pergunta.
- Todos os dias. A cada minuto.
- A cada minuto – ela diz. – Sim. O amor é assim, não é? – Ela vira de lado e afunda no travesseiro.
- Boa noite – digo, apagando a luz. Quando estou parada no escuro olhando para vovó deitada na cama, a depressão toma conta de mim como se eu tivesse levado uma injeção de tristeza. O amor é assim, não é? Não é.
A mulher do viajante no tempo – Audrey Niffenegger

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