sexta-feira, 21 de maio de 2010

Deixa assim, subentendido.

Eu tenho uma teoria. Ou talvez eu só tenha percebido algo que todo mundo já percebeu. Uma vez me perguntaram se eu mudaria algo no meu passado, e eu pensei muito pra responder que não. Sem dúvidas eu tenho muita vontade de mudar as coisas das quais eu me arrependo, as coisas ruins. Mas então eu começo a pensar, se eu mudar o passado, eu provavelmente mude também o meu futuro. Aqueles oito meses, aqueles de que eu tanto falo, e que foram “perdidos”, eu não nego que senti vontade de mudar, não sinto mais. Perdidos, realmente, eles não foram. Eu aprendi muito naquela época. Eu mudei demais. Ok, eu to desviando do assunto. Foco. Mas as coisas acontecem por um motivo. Coisas ruins podem acontecer para abrir portas para uma coisa boa, não sei. Talvez, se não fossem aqueles oito meses que eu me neguei a aceitar carinhos, que eu me neguei a aceitar quando as pessoas realmente queriam cuidar de mim, eu não estivesse aqui hoje, contigo. Talvez, se eu não tivesse me obrigado a sofrer por tanto tempo, e a evitar sentimentos verdadeiros, eu não tivesse me entregado à primeira pessoa que se ofereceu pra cuidar de mim, sem realmente querer, que só fingia se importar pra levar vantagem. Talvez, talvez, talvez... Havia tantas pessoas que queriam me pegar no colo e cuidar de mim, que fariam de tudo para me ver bem outra vez, que quase imploravam para que eu deixasse de me culpar por algo que não era culpa minha, e eu não deixava. Eu não me achava digna disso, não merecia. Eu queria sofrer, eu precisava daquele tempo de “luto”. Então você apareceu, e bom, que mal teria? É só um cara que não quer nada com nada, eu não vou aceitar algo que eu não mereço, só vou aproveitar um pouco de carinho sem compromisso. Eu precisava de carinho. E afinal, um pouco de diversão não faz mal a ninguém. Não dá pra mentir, era mesmo a nossa intenção. Curtir, nada sério. Talvez, se fosse antes, você tivesse sido realmente só mais um. Se durante todo aquele tempo, eu não tivesse aprendido a dar valor às coisas mais simples, eu não tivesse me apegado tanto a você. São apenas hipóteses, teorias. Eu nunca vou poder confirmar isso, e nem me arriscaria a tentar. Talvez, se não fosse todo aquele tempo que eu passei me arrependendo por uma briga idiota que levou a um “fim trágico”, eu não tivesse aprendido que brigas não devem ser levadas tão a sério. E quem sabe, assim, eu tivesse cometido o mesmo erro nas nossas brigas. Quantas vezes eu senti vontade de fazer a mesma coisa que eu tinha feito uma vez. Mas aí eu me lembrava que era um erro, e era melhor não arriscar. Quem vai saber se, caso eu não tivesse passado por tudo aquilo, eu teria voltado atrás quando percebi que estava levando nós dois para o mesmo fim, aquele de que eu tanto me arrependi. Jogos não precisam de treinos? A vida é como um jogo, a diferença é que os treinos também são levados em conta, e você corre o risco de não viver, se perder tempo demais treinando. To desviando o assunto outra vez. Não é nem pra isso que eu vim aqui. Foi pra lembrar que se eu perdi oito meses, eu não tenho mais de que lamentar, já ganhei muito mais. Não, eu não vou esquecer aquilo. Eu aprendi coisas demais para isso, aprendi principalmente que eles não foram perdidos. Mas, se eu ganhei esses meses com você, muito foi graças àqueles meses teoricamente perdidos. Afinal, pra que todo esse momento filosófico? Eu nem vim aqui pra isso. Eu só vim pra dizer, que definitivamente, se tudo o que acontece leva a outra coisa, se tudo tem um motivo, uma consequência... Não, eu não me arrisco a mudar nada do meu passado. E se o detalhezinho que eu mudar, me tirar você? Melhor não arriscar, e deixar tudo assim, como está. Se era pra ser só curtição... E daí? O que vale é o que foi, não o que era pra ser. Ficaram muitos meses, algumas brigas, dezenas de lágrimas, milhares de sorrisos, milhões de carinhos... Acho que eu to esquecendo de alguma coisa, não sei de que. Ah sim, ficou também um amor enorme. Mas, isso eu não precisava falar, fica subentendido. Ih, outra coisa que eu me esqueci de falar que aprendi. Aprendi também que palavras, promessas e juras de amor são desnecessárias. É só o tempo que vai poder dizer se elas serão ou não cumpridas, se elas são ou não verdadeiras. Uma atitude é infinitamente melhor do que um texto enorme. Mas o que eu posso fazer se é só isso o que me resta? Eu demonstro todos os outros dias, tá bom? Hoje me deixa ser fútil, e me prender às palavras. Que eu te amo, você sabe. Mas e daí? Que mal tem em repetir, não é? Eu amo você mesmo, de um jeito que nem eu entendo. E eu não me importo em não entender. Então, vamos às palavras. Eu sei que me aguentar não é nada fácil. Parabéns por ser perfeitinho assim. Obrigada por ter ficado sempre do meu lado. Obrigada por não ter me deixado sozinha nunca. Bom, acho que falei tudo. Ou não? Ah claro, faltou repetir. Eu te amo, só isso.

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