quarta-feira, 26 de maio de 2010

E fim.

Sua cabeça estava deitada em meu peito, e nossas mãos estavam entrelaçadas há horas. Ela devia pensar que eu estava dormindo, volta e meia olhava para mim, e eu fechava os olhos rápido. Havia se passado quase três meses, desde que ela visitara o médico. O remédio já não fazia mais efeito, e suas dores deviam ser horríveis. Raramente ela reclamava, raramente ela demonstrava sofrimento. Eu sabia que era por mim, para me manter confiante, para me manter forte.
Eu não conseguia entender o porquê de nosso tempo estar acabando, eu não viveria sem ela. Várias hipóteses já haviam se passado pela minha cabeça, e um suicídio ainda não havia sido descartado.
Sua respiração ficou mais acelerada e ela então se virou para o lado. Passei minha mão livre por seus cabelos, enquanto ela apertava a outra mão.
- Thi. – ela chamou meu nome, quase sem fôlego. – Thi.
Sentei na cama como um raio, e puxei-a para o meu colo.
- Calma meu amor, eu vou pegar seu remédio, vai ficar tudo bem. – falei, enquanto procurava o remédio no criado mudo.
Ela segurou minha mão, olhando em meus olhos e fazendo que não com a cabeça. Havia dor em seus olhos, mas não a dor que eu estava acostumado. Era uma dor de...
- Fer, não, por favor, não faz isso comigo. – falei desesperado.
Há três meses eu sabia que isso aconteceria, mas eu nunca estaria preparado.
- Eu... Amo... Você. – ela disse, com esforço. E então sua mão soltou a minha, enquanto sua vida ia embora, em meus braços.
- Eu amo você, minha princesa. – disse, enquanto beijava sua testa.
Não conseguia mais chorar, eu havia chorado muito durante aqueles três meses. Eu, agora, tinha que decidir o que fazer. Não havia tempo para lágrimas.
Podia continuar minha vida sem ela, ou podia pegar o canivete na gaveta, e unir-me a ela, para sempre.
Sua voz ecoava em minha cabeça. “Eu sempre vou estar com você, sempre.”

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