terça-feira, 25 de maio de 2010

A verdade que esqueceu de acontecer.

Ela me olhava, tentando entender o que estava acontecendo.
- Ele mentiu. – ela repetiu, como que para me fazer entender.
- Eu sei. – respondi, ainda olhando o nada.
- Você sempre odiou mentiras, lembra? – insistia. Apenas dei de ombros. – Não odeia mais?
Era inútil, eu teria que responder ou ela não me deixaria em paz.
- Odeio.
- Então, o que você vai fazer?
- Nada.
Ela me olhou, parecendo indignada e tremendamente surpresa.
- Nada? – repetiu, me olhando nos olhos. – Você não se importa?
- O que você quer que eu faça? – gritei, perdendo a paciência. Eu devia tê-la assustado.
- Queria que você fizesse qualquer coisa, mas isso não pode ficar assim! – ela falou, rude.
- Tudo bem, então escolhe. Eu posso ignorar isso, e deixar tudo como está, deixar tudo bem. Ou eu posso levar isso a sério, ficar sem ele, e também sem todo o sentido que minha vida tem. E então, qual você prefere?
Eu a olhava, desafiadoramente, enquanto ela começava a compreender o que acontecia.
- Você se importa. – eu assenti. – Mas não consegue ficar sem ele. – assenti outra vez.
Ficamos ali, por alguns minutos, nos olhando, até que ela me abraçou.
- Ignore isso.
- Obrigada por não me repreender, obrigada por me entender. – falei, enquanto sentia as lágrimas se acumulando em meus olhos.
- Você o ama, é inevitável, eu acho.
Assenti, enquanto fechava os olhos e deixava-os transbordarem. Era inevitável, eu continuaria amando-o para sempre. Eu preferia poupar os sofrimentos, preferia ser feliz ao lado dele. Mentirinhas inocentes sempre podem ser deixadas de lado. Um amor maior que a vida, não.

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